Inventário de práticas de estudos para adolescentes no ensino médio integrado e seus efeitos para a psicologia escolar no IFSP
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Resumo
A pesquisa teve como contexto o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), e voltou-se para a atuação de psicólogos(as) escolares inseridos(as) na Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Considera-se que esses profissionais desempenham um trabalho muito relevante, porém enfrentam um excesso de demandas e uma carência de instrumentos psicológicos efetivos para o contexto da EPT. Este trabalho pretendeu colaborar com a prática desses profissionais, e teve como objetivo geral analisar se a construção de um instrumento psicológico informatizado acerca das práticas de estudos no ensino médio integrado (EMI) pode colaborar com a atuação da psicologia escolar na educação profissional no IFSP. E como objetivos específicos: a. descrever as práticas de estudos, à luz da educação dialógica e da concepção do EMI; b. construir um instrumento, com evidências de validade, para avaliar as práticas de estudos no EMI; c. verificar quais fatores relacionados à utilização do instrumento podem contribuir com a prática de psicólogos escolares no cotidiano da EPT. Sendo assim, foi desenvolvida uma pesquisa aplicada, com abordagem quanti-qualitativa, que resultou no produto educacional (PE) Inventário de Práticas de Estudos para Adolescentes no Ensino Médio Integrado (IPEA-EMI), um instrumento psicológico, construído a partir de referenciais nacionais e internacionais. Um levantamento bibliográfico embasou teoricamente o construto práticas de estudos e a construção dos itens desse inventário, os quais foram analisados por juízes especialistas, estudantes e psicólogos(as) do IFSP. O IPEA-EMI é um instrumento de autorrelato, em formato digital e online, com aplicação controlada e supervisionada, composto por 48 itens, divididos em quatro fatores correlacionados (histórico, biológico, social e físico), acompanhado do manual de aplicação, apuração e interpretação, que apresenta sua padronização e normatização. A pesquisa teve também como resultados os estudos acerca de evidências de validade e precisão, realizados a partir de aplicação piloto com 284 estudantes, que buscou garantir cientificidade ao instrumento. Estes estudos demonstraram evidências de validade favoráveis acerca do conteúdo dos itens, conceitualmente e empiricamente, e de sua estrutura interna (Análise Fatorial Confirmatória), considerada satisfatória e confiável, assim como sua precisão (Alfa de Cronbach e Ômega de McDonald). A aplicação do PE ocorreu por meio de uma oficina, ofertada a 12 psicólogos(as) escolares do IFSP, na qual todos manifestaram interesse pela utilização do instrumento. Por fim, realizou-se um estudo acerca das consequências deste uso, envolvendo seis desses psicólogos, no qual identificou-se uma alta satisfação deste grupo com a utilização do IPEA-EMI, em todas as categorias analisadas. O manual foi considerado claro e adequado. O formato informatizado do instrumento foi considerado um facilitador, demonstrando-se efetivo para os processos avaliativos no âmbito escolar. Os relatos do grupo também indicaram que o uso do IPEA-EMI permite ampliar o conhecimento sobre os estudantes e suas práticas de estudos, possibilita o planejamento e monitoramento de ações/intervenções com esses estudantes, auxilia no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem e amplia o conjunto de métodos e técnicas que orientam intervenções educativas. Sendo assim, os resultados indicaram que possivelmente este PE contribui com a prática de psicólogos(as) escolares no cotidiano da EPT.