O Pensamento Computacional como Prática Educativa no Ensino Médio Integrado: o entendimento de professores de informática a partir de uma formação continuada

Esta pesquisa – que se insere na linha de pesquisa Práticas Educativas em Educação Profissional e Tecnológica (EPT) – teve como tema o pensamento computacional como prática educativa no Ensino Médio Integrado. No Brasil, há uma notória política de incentivo à EPT, sendo os institutos federais os seus maiores representantes. No âmbito dos cursos de Ensino Médio Integrado, é comum a utilização de fundamentos da computação em diversas unidades curriculares. Dessa forma, observamos uma preocupação em utilizar esses conceitos na resolução de problemas, tanto dentro quanto fora de sala de aula. Nesse âmbito, podemos destacar o Pensamento Computacional (PC) como um caminho inicial, um bom ponto de partida, já utilizado em outros países, estudado há décadas, uma abordagem metodológica de resolução de problemas baseada em conceitos fundamentais da computação, podendo ser aplicada em diversos contextos e situações para auxiliar as tarefas desempenhadas tanto no âmbito escolar como em seu cotidiano. Entretanto, essa abordagem exige que os docentes já tenham contato com aspectos conceituais do PC para vislumbrarem possibilidades de utilização em suas práticas. Contudo, ainda há poucas referências do assunto no contexto brasileiro. Assim, partimos da seguinte questão norteadora: qual o entendimento do professor de informática a respeito do pensamento computacional como uma prática educativa na EPT a partir de uma formação continuada? Neste contexto, a presente pesquisa teve por objetivo geral verificar o conhecimento que os professores de Informática do Ensino Médio Integrado possuem acerca do uso do pensamento computacional como prática educativa, a partir de uma formação continuada colaborativa. Como objetivos específicos estabelecemos: Identificar os conhecimentos prévios que os professores possuem sobre pensamento computacional e o seu entendimento como prática educativa na EPT; Analisar o entendimento que o professor passa a ter, a partir de uma formação continuada colaborativa, sobre o pensamento computacional como prática educativa na EPT; Compreender os elementos da formação continuada colaborativa que contribuíram para as possíveis mudanças do olhar pedagógico do professor sobre o pensamento computacional. Seguindo uma abordagem qualitativa de natureza descritivo-explicativa e caráter interventivo, para o percurso metodológico estabelecemos como etapas: revisão teórica; construção do produto; contato com os sujeitos; entrevista semiestruturada pré-formação; aplicação do produto; entrevista semiestruturada pós-formação; análise dos dados. O produto educacional foi uma formação continuada para professores da área de Informática do IFMS, tendo a colaboração como princípio formativo. A formação foi estruturada como um curso de extensão, em quatro módulos, com encontros online síncronos e materiais complementares organizados em ambiente virtual de aprendizagem. As atividades propostas priorizaram a atuação colaborativa dos participantes. Como resultados, podemos destacar que, antes da formação continuada, os professores tinham pouco conhecimento acerca da temática, porém com muitas expectativas de aprendizagem. Após a formação, foi possível aferir sua contribuição expressiva para a construção do conhecimento em relação ao tema proposto, a definição dos pilares PC, bem como estímulo a novas ideias de abordagem prática em sala de aula. Como forma de corroborar a qualidade na aplicação do produto educacional, temos como destaque a colaboração, que contribuiu para uma aprendizagem evolutiva, participativa e pautada na troca de experiências entre os docentes. Em síntese, a formação permitiu que os docentes incorporassem uma diversidade de perspectivas em suas reflexões e essa diversidade foi essencial para a construção significativa da aprendizagem.