A formação continuada de professores na perspectiva politécnica: uma proposta curricular
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Resumo
Este estudo traz uma proposta curricular estruturada com base na perspectiva politécnica para formação de professores da educação básica. Para isso foi realizada pesquisa exploratória para compreensão do contexto de investigação; a construção de uma proposta curricular; a implementação e a análise das impressões dos participantes. Trata-se de pesquisa qualitativa aplicada e procedimentos de pesquisa-ação tendo por contexto de investigação a Comunidade de Aprendizagem Colaborativa entre Professores, autodenominada ProfCAC-MAES, grupo de 15 professores do município de Nova Andradina-MS. A ProfCAC-MAES faz parte da Rede MAES, uma iniciativa de professores da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica egressos dos Programas VET III Professores para o Futuro (2016) e FiTT Finlandeses Formando Formadores (2017), ambos realizados na Finlândia. O estudo se justifica pela necessidade de promoção de um maior compromisso ético-político à formação docente como parte de um projeto de formação integral que beneficie a classe trabalhadora para construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A pesquisa fundamenta-se nos estudos de Silva (2005) acerca das teorias críticas do currículo e dos estudos de Kuenzer (1992), Saviani (2011), Ramos (2016) sobre currículo e educação politécnica. Conclui-se que os cursos ofertados pela Rede MAES, incluindo-se o percurso formativo da ProfCAC-MAES, enquanto desenvolvimento profissional docente, podem promover contribuições à perspectiva politécnica por sua ênfase ao processo de aprendizagem colaborativo, dialógico, crítico e teorizado, da organização curricular não fragmentada em disciplinas e da promoção da interdisciplinaridade e da pesquisa. Todavia, a pesquisa demonstra a necessária atenção a aprendizagem a partir de situações concretas da realidade da sala de aula e das especificidades da formação de professores em serviço. Compreende como desafios a serem superados o entendimento da escola e do currículo como espaço político e de disputas, da compreensão da unicidade da relação teoria e prática e da necessária autonomia e amparo legal ao professor e de uma gestão que privilegie práticas diferenciadas em detrimento às práticas conteudistas tradicionais.